Fomos contratados para condução de uma grave ocorrência ocasionada pelo desabamento da estrutura de um porto utilizado para embarque de emulsões asfálticas no município de Porto Velho, à margem direita do rio Madeira.

Quatorze carretas contendo material perigoso, três veículos da empresa, bem como alguns containers utilizados como estrutura administrativa foram soterrados. Houve vazamento de material para o corpo d’água tributário do referido rio.

A ocorrência exigia extrema agilidade para se implantar os melhores mecanismos de controle e mitigação de impactos com o que se tinha à mão, tendo em vista a urgência e imprevisibilidade da situação. Estabelecemos, já nas três primeiras horas, o plano de contingência buscando acionar todos os recursos disponíveis. Estabelecemos, de pronto, contato permanente com os mais diversos órgãos regulatórios, fiscalizadores e normativos, de maneira a garantir um canal de comunicação confiável e útil para o desentrave dos procedimentos formais inerentes à operação. Protocolizamos o Plano de Contingência nos órgãos e realizamos cada ação nele contido, com previsibilidade e dentro do prazo.

Como fizemos a diferença?

Ao percebermos a possibilidade eminente da contaminação do leito do rio Madeira, decidimos construir uma barragem emergencial de contenção. Tendo em vista a dificuldade de acesso ao local, utilizamos uma balsa com trator de esteira posicionado em sua proa. O mesmo despejava pedras grandes e médias além de pedriscos que eram compactados ao longo da estrutura, em um canal a jusante do acidente. Este procedimento assegurou a sua vedação e impediu que o material derramado das carretas transpassasse a barragem.

Em redundância, acrescentamos três fileiras de barreiras flutuantes absorventes a jusante da barragem, para conter eventuais vazamentos que viessem a ocorrer. Realizamos coleta da água para análise e contraprova aos testes que vinham sendo feitos pelos órgãos de fiscalização, o que comprovaram a efetividade dos mecanismos implantados, sem contaminação do rio.

Estas medidas foram determinantes para o estabelecimento de um cenário de confiança bem como promoveu a devida contenção dos impactos causados.

A seguir implementamos a segunda fase do plano de contingência, iniciando-se os procedimentos de recuperação da área. Foi feita a sucção e esgotamento do resíduo líquido das carretas, assim como da lagoa formada com balsa tanque, raspagem do solo contaminado e encaminhamento de todos os resíduos para destinação final ambientalmente correta. A partir daí foi executada a retirada das carretas e recuperação do solo, concomitante ao monitoramento geológico e geotécnico constante. Métodos de contenção das encostas foram adotados, permitindo então a revegetação dos barrancos e taludes formados.

Realizou-se a recuperação integral da área do antigo porto, todo o material perigoso retirado foi devidamente destinado sem contaminação do leito do rio Madeira. O efetivo planejamento e monitoramento da retirada dos equipamentos da empresa assegurou o sucesso da operação, além da minimização dos prejuízos financeiros ao cliente.